Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 1 de 1
Filter
Add filters








Year range
1.
Tempus (Brasília) ; v. 14(n. 3): 115-134, set. 2020.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1425418

ABSTRACT

Introdução: O Oeste Catarinense, a partir de 2012, foi um dos destinos de imigração de haitianos. Como parte da formação médica, de uma universidade pública, estudantes e docentes têm inserções em Centros de Saúde da Família (CSF), no Sistema Único de Saúde (SUS). Gestora de um destes Centros relatou a baixa adesão de haitianas aos tratamentos. Objetivo: Refletir sobre aspectos culturais das práticas de saúde das haitianas que podem interferir na baixa adesão aos tratamentos. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa e descritiva que utilizou entrevistas junto a profissionais de saúde e haitianos. A hermenêutica-dialética foi a técnica de análise dos dados. Resultados: No Haiti o apelo aos curandeiros, ao vodu, às ervas e chás é uma prática da população. O sistema de saúde pública haitiano não é universal, sendo restrito ao espaço urbano; alguns serviços são ofertados por organizações não governamentais (ONG) e missões religiosas; prevalecendo o setor privado. No Brasil, a baixa adesão aos tratamentos preconizados por profissionais do SUS pode ser explicada, dentre outros motivos, pelo estranhamento das haitianas para algo que desconhecem, pois não há tal oferta no Haiti. Discussão: A baixa adesão aos tratamentos prescritos pode ser compreendida considerando-se: melhora momentânea dos sintomas; barreira linguística; diferente cosmovisão sobre a doença e pouca familiaridade com a oferta de serviços no SUS. Conclusão: A percepção da saúde, da doença e do cuidado das haitianas é intermediada pela medicina popular, praticada no Haiti, que entra em disputa com a lógica biomédica das ações preconizadas pelos profissionais de saúde brasileiros. Palavras-chave: Saúde da Mulher; Sistema Único de Saúde; Emigração e Imigração. (AU)


Introduction: West Santa Catarina, from 2012, was one of the Haitian immigration destinations. As part of the medical training, a public university, students and teachers have insertions in Family Health Centers (CSF), in the Unified Health System (SUS). Manager of one of these Centers reported the low adherence of Haitians to the treatments. Objective: To reflect on cultural aspects of Haitian health practices that may interfere in the low adherence to treatments. Methodology: This is a qualitative and descriptive research that used interviews with health professionals and Haitians. Dialectical hermeneutics was the technique of data analysis. Results: In Haiti the appeal to healers, voodoo, herbs and teas is a practice of the population. The Haitian public health system is not universal, being restricted to the urban space; some services are offered by non-governmental organizations (NGOs) and religious missions; prevailing the private sector. In Brazil, the low adherence to the treatments recommended by professionals of the SUS can be explained, among other reasons, by the estrangement of the Haitians to something they do not know, since there is no such offer in Haiti. Discussion: The low adherence to prescribed treatments can be understood considering: momentary improvement of symptoms; language barrier; different worldview about the disease and little familiarity with the offer of services in the SUS. Conclusion: The perception of health, disease and care of Haitians is mediated by popular medicine, practiced in Haiti, which conflicts with the biomedical logic of the actions advocated by Brazilian health professionals. (AU)


Introducción: El Oeste Catarinense, a partir de 2012, fue uno de los destinos de inmigración de haitianos. Como parte de la formación médica, de una universidad pública, estudiantes y docentes tienen inserciones en Centros de Salud de la Familia (CSF), en el Sistema Único de Salud (SUS). Gestora de uno de estos Centros relató la baja adhesión de haitianas a los tratamientos. Objetivo: Reflejar sobre aspectos culturales de las prácticas de salud de las haitianas que pueden interferir en la baja adhesión a los tratamientos. Metodología: Se trata de una investigación cualitativa y descriptiva que ha ulilizado entrevistas a profesionales de salud y haitianos. La hermenéutica-dialéctica fue la técnica de análisis de los datos. Resultados: En Haití el llamamiento a los curanderos, al vudú, a las hierbas y té es una práctica de la población. El sistema de salud pública haitiano no es universal, siendo restringido al espacio urbano; algunos servicios son ofrecidos por organizaciones no gubernamentales (ONG) y misiones religiosas; prevaleciendo el sector privado. En Brasil, la baja adhesión a los tratamientos preconizados por profesionales del SUS puede ser explicada, entre otros motivos, por el extrañamiento de las haitianas para algo que desconocen, pues no hay tal oferta en Haití. Discusión: La baja adhesión a los tratamientos prescritos puede ser comprendida considerando: mejora momentánea de los síntomas; barrera lingüística; diferente cosmovisión sobre la enfermedad y poca familiaridad con la oferta de servicios en el SUS. Conclusión: La percepción de la salud, de la enfermedad y del cuidado de las haitianas es intermediada por la medicina popular, practicada en Haití, que entra en disputa con la lógica biomédica de las acciones preconizadas por los profesionales de salud brasileños. (AU)


Subject(s)
Women's Health , Unified Health System , Emigration and Immigration
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL